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Sesc Gama recebe mostra de cinema underground a partir desta quinta-feira

' A Mostra Brasil Marginal chega ao Sesc do Gama, nesta quinta-feira (03), com apresentações de filmes que se destacaram no contexto da produção cinematográfica brasileira, o chamado Cinema Marginal ou ...'

Publicado em 01/10/2019 21h00 - 1 Atualizado em 02/10/2019 00h00

A Mostra Brasil Marginal chega ao Sesc do Gama, nesta quinta-feira (03), com apresentações de filmes que se destacaram no contexto da produção cinematográfica brasileira, o chamado Cinema Marginal ou Udigrudi – um neologismo brasileiro para o termo “underground”. A mostra vai até o dia 6 de outubro e a entrada é franca. Serão exibidos oito filmes e uma seleção de curtas-metragens que abordam aspectos paradigmáticos da realidade brasileira contemporânea, mesclando em suas narrativas temas de cultura popular e da urbanidade.

De acordo com a coordenadora de cultura do Sesc-DF, Andrea Campos, a mostra é uma oportunidade de ver e rever filmes fundamentais para entender um momento em que o cinema brasileiro buscava sua identidade cultural e estética. “Grandes nomes da história do cinema brasileiro surgiram com o Cinema Marginal, como Helena Ignez, Júlio Bressane, Ozualdo Candeias e o grande José Mojica Marins (Zé do Caixão). É muito importante que tenhamos claro o caráter transformador e revolucionário desse movimento”, afirma a coordenadora.

A mostra é fruto de uma parceria do Sesc Nacional com a Sociedade Amigos da Cinemateca, Cinemateca Brasileira e a Programadora Brasil.

(Texto de Luciane Zorzin)

 

Serviço:

Datas: 3 a 6 de outubro

Horário: Sessões às 19h e às 20h

Entrada: gratuita

 

Confira a programação:

Sesc Gama – Cinema Sobre Rodas
Data Horário Classificação Título  
03/out 20h 18 anos A meia noite levarei sua alma José Mojica Marins
81 min, 1964
O cruel e sádico coveiro Zé do Caixão —temido e odiado pelos moradores de uma cidadezinha do interior— é obcecado em gerar o filho perfeito, que possa dar-lhe a continuidade de seu sangue. Sua esposa não pode engravidar e ele acredita que a namorada de seu amigo seja a mulher ideal. Após ser violentada por Zé, a moça jura cometer suicídio para retornar dos mortos e levar a alma daquele que a desgraçou.
04/out 20h 14 anos Tudo é Brasil Rogério Sganzerla
1998 – 82 min.
Documentário experimental sobre o período em que o cineasta Orson Welles (1915-1985) esteve no Brasil, em 1942, para a realização de It’s All True, projeto boicotado pelos estúdios de Hollywood. O filme mostra imagens de Welles no Rio de Janeiro, em Salvador e Fortaleza, sobrepostas por gravações em áudio de alguns depoimentos radiofônicos do diretor norte- americano e de composições interpretadas por artistas como Carmem Miranda e Herivelto Martins. Sganzerla segue sua trajetória de cineasta ensaísta iniciada no período do cinema marginal
05/out 19h 16 anos Bang Bang Andrea Tonacci
1971 – 80 min.
Com sua postura francamente experimental, discute fetiches da vida contemporânea – o automóvel, a verticalização da cidade, a competência dos heróis. Neste caso, um anti-herói, que mais parece uma miscelânea de velhos tipos da indústria cinematográfica, dando tiros a esmo, num exercício de vaidade, mau gosto e diálogos sem sentido acerca de uma maleta cujo conteúdo é desconhecido e, em verdade, sem importância.
O galante rei da Boca Alessandro Gamo e Luis Rocha Melo
50 min., 2004
Com depoimentos do prórpio Galante, trechos de seus filmes, imagens de São Paulo e da Boca do Lixo de ontem e de hoje e entrevistas inéditas com nomes como Carlos Reichenbach, Jairo Ferreira, Rogério Sganzerla, Inácio Araújo, Severino Dadá, Miro Reis, Sylvio Renoldi, Pio Zamuner, Antônio Meliande, Cláudio Portioli, Sebastião de Souza e João Silvério Trevisan (técnicos, diretores e críticos que fizeram a história do cinema brasileiro), O Galante Rei da Boca é um documentário que, com humor e a simpatia peculiares de seu personagem central, reflete e informa sobre o fazer cinema no Brasil.
06/out 19h 16 anos Meteorango Kid – O Herói Intergalático André Luiz de Oliveira
1969 – 95 min.
Afastando-se do Cinema Novo, o filme é um dos mais emblemáticos representantes do Cinema Marginal, feito no Brasil a partir de 1969. Na esteira da Tropicália e de O Bandido da Luz Vermelha [Rogério Sganzerla (1946-2004)] (1968), do qual toma emprestada a “filosofia” da esculhambação, o filme se confunde à definição mesma de Cinema Marginal: agressivo, irreverente, anárquico, polêmico, descrente das causas políticas – uma explosão de imagens e sons nem sempre sincrônicos.